segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Os blogs e os homens bloggers!

Eu sigo religiosamente alguns blogs. Na sua maioria femininos e carregadinhos de "made in gaja". Mas há um blog, que simplesmente adoro e é escrito por um homem.
Simples. Perspicaz. Cheio de bom gosto e belas palavras.

Hoje deixo aqui um dos post's que mais adoro:

A vida como ela é.

"A Joana ama o Pedro. O João deseja a Teresa. A Carolina está apaixonada pelo Carlos. O Francisco sente tusa pela Raquel. A Cristina gosta do Nuno. O António quer foder a Luísa. A Patrícia quer passar o dia em mimos com o Luís. Todos sentem algo pelo próximo. Começaram por engraçar com um sorriso. Uma palavra, uma frase. Um rabo jeitoso. Uns dentes perfeitos. Uns ombros definidos. Umas boas mamas. O cabelo sempre impecável. Os abdominais. O estilo de vestir. A confiança que nutrem. Ou, até o jeito que o nariz faz ao falar. Pequenas coisas. Grandes coisas. Pormenores insignificantes ao olho comum. Feromonas, dizem uns. Que se fodam todos mais essas teorias. São pormenores. Coisas simples.

E agora? O que se faz com o que se sente? Ninguém sabe. Teorias? Isso há, mas não há certezas. A Joana quer ver o Pedro todos os dias. Mesmo que não lhe fale. Quer vê-lo. O João quer sentir a Teresa. O António não sabe o que quer da Luísa, apenas o seu corpo. A Patrícia contenta-se com o saber que o Luís está lá. Formas diferentes de sentir afecto. No final é isto: afecto. De uma forma ou de outra. Ao longo do tempo têm-lhe dado nomes diferentes. Amor. Paixão. O que quiserem. Eu gosto de afecto. Nunca ninguém vai conseguir explicar o que a Carolina vai sentir no dia em que sair de mãos dadas com o Nuno. E o que Francisco vai sentir quando se deitar com a Raquel? Para uma situação, uns vão-lhe chamar felicidade, para a outra luxúria. Eu, continuo na minha: afecto. 

Quando somos mais novos, putos mesmo, não sabemos lidar com nada disto. Quando o João estava na escola e reparou na Teresa sentiu o coração bater. Ela olhou para ele e ele corou. O que é isto, terá pensado. Os colegas apontaram o dedo e começaram “o João gosta da Teresa, o João gosta da Teresa”. Desde aí, sempre que olhava na direcção da Teresa sentia o coração bater mais forte. Tinha vergonha. Não tinha coragem de perguntar aos pais o que era aquilo.

Estas histórias repetem-se. E desenvolvem-se. E, acima de tudo, complicam-se. Porque quem ama deseja. Quem deseja sente tusa. Quem tem tusa quer foder. Se eu podia escrever de outra forma, amaciar a coisa? Mas porquê amaciar o sentimento tão duro, tão forte, tão complexo que nos revolve, nos transforma e nos deixa secos?

Assim podia ser o enredo de um filme. Mas não. Não desta vez. É o enredo da vida de muita gente. Da Joana, do Pedro, do João, e por aí fora. O enredo da minha vida. Da tua vida."  


Ora espreitem lá: http://eueomeuego22.blogspot.com

*

Sem comentários:

Enviar um comentário