Hoje tive uma paciente que me fez pensar durante uns momentos (e confesso que enquanto o fazia, não ouvi puto do que ela disse). Mas basicamente, o namorado dela tinha acabado a relação que tinham há 4 anos, sem motivo e razão aparente. Não havia problemas. Não tinham discutido. Não estavam chateados e segundo ela "tudo corria às mil maravilhas, não percebo".
Ela estava triste. Estava de rastos e só se perguntava constantemente: PORQUÊ?
Não percebe o ex-namorado e muito menos a explicação que ele lhe deu a "consola" (se é que há consolação): "já não sei o que é o amor, aliás acho que nunca o soube, e não te quero prender a alguém que não sabe o que sente".
Isto fez-me pensar. Ninguém sabe o que é o amor, mas o amor não é para se saber é para se SENTIR - o certo é: todos o sentimos de forma diferente, logo no fundo há formas e formas de amar.
Para mim eu sei o que é, sei porque já o senti e o sinto. Mas eu sei bem quando ele anda por aqui, e é tão bom. Sorrisos estupidos, mensagens "lamechas", músicas que ganham vida, momentos que ficam gravados, risos e gargalhadas de piadas só nossas, nomes carinhosos e que só o dizemos aquela pessoa...não são precisos rótulos de namorados, amigos coloridos, fuck friends, movie friends, amigo especial...
Para mim basta que se sinta. Que se esteja em sintonia, que se ouça a mesma canção...que haja sorrisos, bem-estar e cumplicidade...sei sim, sei porque o sinto.
Ela chorou quase toda a consulta. Ela não consegue compreender como ele a deixou desta forma. Ela pensa e repensa a última semana, na esperança de encontrar uma explicação que a faça sentir-se melhor.
Ele não o sente da mesma forma que ela. Ele não ouve a mesma canção e ela mais cedo ou mais tarde vai compreender isto.
...Florence and The Machine...o meu último vicio!
(Hoje a mãe de uma paciente minha com 8 anos, ofereceu-me um alfinete de peito em crochet feito por ela..."Obrigada por tudo o que tem feito pela minha filha", foi o que a senhora me disse, e fez-me sorrir o resto do dia - Obrigada eu!)
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