Como não perceber que tenho saudades quando estou longe, que não me quero ir embora, por muito que aqui possa custar viver. Que o cheiro a Tejo e a castanhas, com os nossos fins de tarde de luz dourada, são o melhor do mundo e não os troco por dinheiro nenhum. Tenho tanto orgulho de aqui pertencer. De carregar no peito esta alma lusitana. Junto-lhes a tua gente, a minha gente, daqui, deste pedacinho de terra à beira Ria plantado. Que amor destes não se substitui e gosto de o fazer saber. Ah, o meu amor é e será Português, pois, só poderia ser...! se é aqui que o meu coração se sente em casa. E filho meu há-de amar este país como eu, e hei-de-lhe cantar baixinho:
"Eu sei, meu amor,
Que nem chegaste a partir,
Pois tudo, em meu redor,
Me diz qu'estás sempre comigo.
Dentro do meu peito, estás sempre comigo."
(fado, Barco Negro)
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