sábado, 30 de abril de 2011

29 de Abril de 2011!

O mundo levou-te de perto de nós.

Quando perdemos alguém como Tu, perdemos um pedaço de nós, da nossa vida, das nossas memórias, da nossa história.
Fiquei perdida quando recebi a notícia (embora soubesse que nunca mais te veria de chapéu branco, calções de praia, chinelos nos pés, camisas de linho a descer a avenida da Torreira, carregado de sacos de peixe, pão, e afins), senti o chão a fugir, o mundo a desabar e uma dor imensa dentro de mim.

Quando se perde um homem como Tu, perde-se MUITO, mas quando se perde um Tio como Tu, perde-se um elemento crucial para uma família, um elo de ligação, uma fonte de amor, ternura, de tudo de bom. Perdi um Tio, um Homem que nem palavras tenho para descrever.

Ficam as memórias e as histórias repletas de bons momentos.
Fica para já uma dor imensa, um vazio que jamais será preenchido, ficam o "sobrinha preferida! e o "Martó" para sempre, ficam o brilho dos teus olhos sempre que voltavas cá, a esta Terra, que sempre ficou mais bonita quando estávamos todos aqui. Ficam as idas ao Restaurante Avenida (que tanta controvérsia causavam) mas que acabavam sempre por ser momentos deliciosos em família. Ficam as caminhadas na praia até ao Barco que tinha chegado da faina, e vinhas tu, com os sacos cheios de peixe e com o sorriso de uma criança.
Fica aquela cheiro a tostas no forno com tomate e azeite (que fazias a meu pedido) em Domingos de sol na Torreira. Ficam as almoçaradas, os jantares, os brindes, os abraços, e aquele colinho quando em menina me encostava na tua barba...porque disso nunca me esqueci.

Fica Cabanas, e o tão velho do tempo guarda-sol azul escuro, que nos dizia que já tinhas chegado à praia e que o nosso lugar já estava guardado. Ficam as perguntas: "então sobrinha, e namorados?", sempre pronto para um dedo de conversa e sorrisos à mistura.

Ficam as idas a restaurantes para que pudesses escrever depois, comida Portuguesa, Italiana, Japonesa e Indiana, experimentei contigo em mil ocasiões e os meus comentários sempre ouviste.

Fica tudo Tio, fica uma enorme saudade e um aperto no peito de um último beijo não te ter dado. Sei que estás aí, sorridente, feliz, porque com uma família como a nossa, só há motivos para ter Orgulho!

Hoje não consigo escrever muito mais, com o passar do tempo e com a calmaria das emoções mais palavras escreverei...porque preciso, porque há muito que quero dizer, porque as palavras escritas sempre dizem mais que aquilo que somos capazes!

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