domingo, 19 de junho de 2011

É tudo uma questão de opções:

As relações entre as pessoas podem medir-se, entre outras coisas, pelo nível de comprometimento, pelos afectos e pela ternura, pelos pequenos gestos nos grandes momentos, pela cumplicidade e pela memória do que se viveu ou não viveu e pelo tempo. As relações entre as pessoas também se aferem pelo tempo. Até porque, convenhamos, se um dia tem vinte e quatro horas e vinte e quatro horas representam mil quatrocentos e quarenta minutos, facilmente se infere quão displicentes podem ser uns míseros dez minutos. Dez minutos. Mais coisa menos coisa, já ao cair do dia, já depois de tudo feito, em jeito de deixa-me cá tratar disto. O tempo que se leva a chegar a casa e o bastante para se cumprirem os mínimos olímpicos.

Tudo bem. As pessoas são livres de gerir o tempo que têm da forma que melhor entendem. Sem prestar contas a quem quer que seja ou constrangimentos de maior. As pessoas podem tudo. Só não podem é esperar que os que têm vinte e quatro horas para dar se contentem e conformem com aqueles dez minutos, dez míseros minutos. O tempo que se leva a chegar a casa e o bastante para se cumprirem os mínimos olímpicos.

E quando vemos, que somos despachados em dez minutinhos. A nossa cabeça começa a funcionar, a razão desce ao coração e ficamos frios, muito frios. Porque dez minutinhos eu dou a quem não me diz rigorosamente nada. Aqueles que são muito para mim, eu dou o temo que for preciso..nunca, uns míseros dez minutinhos.
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